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Algumas verdades sobre as Fake News

Por Claudinei Candido Silva

A modernidade traz avanços e com os avanços surgem as mudanças de comportamento. Mas ao contrário do que se pensa, muitos hábitos permanecem iguais. Por exemplo; é de se esperar que as pessoas prefiram assistir um vídeo do que ter que ler livros. Mas segundo pesquisas recentes, o habito de leitura ainda é a melhor forma utilizada para se informar.

O que mudou na realidade foi onde essa leitura é feita, o veículo antigamente era o jornal a revista, hoje encontramos tudo ao alcance da mão. Celulares, tablets, e computadores. Ambiente perfeito para uma pratica que tem provocado muita confusão, processos, indenizações, e uma série de outras complicações, estamos falando das “Fake News.”

Já estamos mais do que acostumado com esse termo que já faz parte do nosso vocabulário, as “Fake News” tem o objetivo de influenciar pessoas a mudar a opinião sobre algum aspecto, criar repulsa, ou simplesmente distorcer uma verdade, o ambiente perfeito para a divulgação dessa pratica são as redes sociais.

Estrategicamente, as “Fake News” retratam acontecimentos que estão em pauta, pois fica muito mais fácil de ser aceito como verdade. Essas pessoas se aproveitam da curiosidade, desejo de informação sobre um certo assunto para disseminar essas inverdades.

 

Onde começaram as “Fake News?”

 

O termo ficou popular durante a campanha presidencial aqui nos EUA em 2016, quando o atual presidente, Donald Trump disputava com a ex-primeira dama Hillary Clinton. No meio da disputa surgiram inúmeras notícias falsas de ambos os lados.

Embora o termo seja novo a pratica é bem antiga. Desde os primórdios da humanidade a mentira a falsidade, o engano, está presente. Era comum que a história de uma nação ou de algum herói fosse sempre exagerada, os derrotados jamais eram procurados para contar sua versão da história.

Os Egípcios bem como outras culturas de sua época, tinham por costume escrever abundantes descrições de suas vitorias e conquistas. Mas uma das grandes descobertas da arqueológica bíblica, seria poder encontrar relatos da história do êxodo.  Diferentes culturas tem histórias semelhantes ao do êxodo hebreu. Mas nada semelhante foi encontrado nos ricos relatos da história egípcia. Por que será? Umas das teorias seria porque os Egípcios não relatavam suas derrotas.

Alguns simplesmente não perdem a oportunidade de conta-la de uma maneira mais aprazível e divertida, mas distante da verdade, para se beneficiar, para denegrir algo ou alguém? A motivação pode ser das mais variadas possíveis, mas a Bíblia condena tal atitude.

Em Provérbios 6:16-19, Deus mostra seis coisas que ele odeia e uma que abomina: “olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”.

Interessante é que somos ensinados por nossos pais desde tenra infância, de que é feio mentir, mas aprendemos deles sobre papai Noel, sobre bicho papão, e outras lendas que também não condizem nem um pouco com a verdade, então até que ponto e correto contar inverdades?

E mentir é quebra de mandamento e portanto pecado. Mas talvez possa haver algo a mais atrás dessas pequenas mentiras, insegurança, autoestima baixa, negação de alguma realidade, trauma, medo frente a realidade, frustração etc. É possível superar tudo isso com a ajuda de Deus.

Eu diria que é humanamente impossível encontrar alguém que nunca tenha mentido em nossos dias. Nem que seja uma mentirinha bem pequena, mas há aqueles que não conseguem respirar sem soltar uma informação falsa e muitos dos casos é resultado de um conflito interno que a psicologia chama de “dissonância cognitiva.” Pessoas que em conflito com uma nova crença ou um fato, tenta adaptar essa nova verdade à aquilo que percebe mais condizente ao seu mundo. Se torna “Fake News” quando ele espalha essa sua crença em redes sociais como sendo a única verdade dos fatos.

Existe outro distúrbio psicológico que pode estar associado a esse tipo de comportamento, a mentira patológica caracterizada pela falta de controle sobre as mentiras e é chamada de mitomania. Um mitômano mente compulsivamente, criando historias e mais histórias que precisam existir para manter as antigas o fazendo que o mentiroso se evolva numa rede interminável de mentiras patológicas.

 

 

Quem a Bíblia fala ser o pai da mentira?

 

“O diabo é mentiroso, o pai da mentira.” (Joa. 8:44)

A Fake News não é uma história simples, uma diversão, ou um conto, é uma ameaça, pois põem a vida das pessoas em perigo.

Durante esse período pelo qual vivemos, várias receitas espalhadas na pretensão de curar o coronavírus, uma conhecida queimou a garganta tentando se livrar do que cria ser uma infecção do vírus bebendo agua quente com limão.

“Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo.” (Lev.19:11)

A verdade pode matar?

Sim, pode, logo após a mídia noticiar a morte de Michael Jacson, 12 jovens cometeram suicídio. O mesmo aconteceu quando o líder do Nirvana, Kurt Cobain suicidou-se, 68 jovens fizeram o mesmo na mesma semana.

Um senhor aqui no estado do Arizona, nesta semana ao ouviu o comunicado que os Estados Unidos começaram a testar o remédio Cloroquina conhecido por ser usado largamente no combate contra a malária, sem imaginar o dano que poderia causar em sua vida, e provavelmente assustado com a situação. Resolveu tomar a medicação, causando infelizmente a sua morte.

Mas no caso dos jovens que cometeram suicídio há uma diferença, por mais perturbadora que seja esse triste fato, o suicídio desses jovens foi decisão pessoal deles, uma Fake News pode causar danos irreparáveis na vida de pessoas que são covardemente induzidas ao erro simplesmente por acreditarem.

Como no caso do Irã, regime fechado onde a censura regula a mídia, e onde há falta de informação sobre quase tudo, no início desse mês, se espalhou o falso boato de que o álcool poderia combater o coronavírus. A venda e o consumo de bebidas alcoólicas é proibida por razão do islamismo, portanto as pessoas resolveram tomar álcool puro, usado para limpeza ou bebidas contrabandeadas, como revela a Revista Exame do dia 10/03. Resultado: Mais de 40 pessoas mortas por intoxicação causada por metanol.

Talvez o idealizador desse boato não tivesse a intenção de ferir pessoas, mas quando lançamos um boato falso ou uma Fake News a intenção é que as pessoas acreditem, e assim dependendo da falsidade em questão mortes podem acontecer.

 

“Os lábios mentirosos são abominações ao Senhor.” (Prov. 12:22)

 

Há solução para um mentiroso? Ele pode mudar?

 

A primeira vista parece ser uma missão impossível. Para que haja mudanças de comportamento é preciso que a pessoa inicie uma caminhada nessa direção. É necessário um certo esforço para que isso aconteça. Muitas pessoas apresentam dificuldades em deixar essa pratica, mas temos que enxergar a mentira como algo que pode ser mudado e não um estilo saudável de vida, e que obviamente não é impossível. Podemos começar essa caminhada reconhecendo que além de pecado e uma atitude que pode ferir o próximo, acabar com a credibilidade, entre outros. Decidir mudar pode ser o começo de uma nova história, peça ajuda.

 

“Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fil 4:13)

 

Espero que Deus te proteja das “Fake News” que você não seja enganado, por isso é necessário pesquisar sempre antes de divulga-las ou compartilha-las, há uma série de recursos que pode ajudá-lo a verificar a veracidade da “noticia.” Você pode começar copiando pequenos trechos do texto e submete-lo ao site de pesquisa do Google, você pode até perceber em vários casos que a suposta notícia foi divulgada por outras fontes, mas isso não indica que é verdade. Você pode também perguntar a sites especializados em desmentir as “Fakes News” como por exemplo: www.boatos.org; projetocomprova.com.br; apublica.org; aosfatos.org; nilc-fakenews.herokuapp.com; ou simplesmente se você não está muito confortável com essa notícia, apenas não a divulgue.

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